Pedaços de estrela cadente




Estou hoje lúcido, feliz e sereno.
Desejoso em reter esta forte certeza,
Armazenar no âmago este profundo bem-estar,
Pois nem sempre ele me preside.

Acredito em mim e na vida que detenho;
Certo de ser um ínfimo ponto no universo,
Sinto a energia de vida, crio, ilumino, sou!
Circunferência elíptica que rasga o céu,
Num fim certo mas igualmente único!

É na rápida descida que o esplendor se revela,
Rasgando os céus, a escuridão, o medo e a ignorância.
Sou e serei assim, hoje e sempre,
Pequena estrela cadente direita ao seu propósito,
Ao fim e ao princípio de si para consigo mesma.
Consciente do todo de vida que pulsa e a agita,
E é enorme, uma ínfima parte!

A rápida e vasta erosão da descida,
Rasga e dilacera profundos sulcos,
Lembrando a incontornável matéria da vivência,
Um mesmo tempo de felicidade e de dor.

Quero-me assim, sensível, sereno, vivente,
Magma pleno de vida, amante da existência,
Jamais desprovida de consciência ou lucidez.

Retenho agora estas certezas no papel,
Cultivadas crescem simbolicamente,
Para jamais serem olvidadas…

Nutrindo o amor, o fogo e a força,
Anseio pela parte de mim mesmo,
Que ainda vogue por parte incerta,
Pedaço de estrela que rasgue os céus em uníssono!




Picture by Falling Star by Alharbiseye on DeviantArt

Comentários

Unknown disse…
É pelo caminho do outro que te conheces a ti, sempre pela partilha, mas a partilha terrena não aquela que se sente e que não pertence a este mundo! A essas, que se sente somente sem se ver, só o coração as decifra pois emanam amor, puro amor! Sê selectivo, e conhece a fundo o que queres contigo!! Bj

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